REMINERALIZAÇÃO, BIOFERTILIDADE e o MANEJO ADEQUADO DOS SOLOS
Jairo Restrepo Rivera
Desde a década de 80 inúmeras
foram as medidas alternativas que buscavam melhoria na produção de alimentos e
qualidade ambiental em resposta a revolução verde e industrialização da
agricultura. A procura por conhecimentos específicos, redução de custos,
eficiência dos sistemas e manutenção de índices produtivos beneficiaram a
indústria do capital e dos derivados do petróleo. Toda a pesquisa acadêmica
passou a ser financiada por empresas privadas envolvidas direta ou
indiretamente com a máquina capital do petróleo, e a independência e a
soberania dos pesquisadores tornou-se um espaço de especulações.
Paralelamente, os caminhos do
envenenamento progressivo e das sequelas tornam-se a cada dia mais evidentes,
ao lado do empobrecimento das populações camponesas e da evasão do campo. O
agronegócio assume o lugar do produtor familiar e o capital passa a mãos
estrangeiras. Ainda na dec. de 90, os
resíduos de agrotóxicos na comida das crianças e adolescentes é uma evidencia e
tornaram-se urgente, outras demandas. Entretanto, enquanto os países
ricos exigem saúde alimentar e restrições ao uso de venenos, os países do 3º
mundo passaram a ser alvo, com uma voracidade, das mesmas corporações que
lançam seus produtos no mercado e os técnicos tornando–se vendedores de insumos
a cada dia mais afastados da realidade e convivência com a terra. Como após tantos anos de cegueira
frente à matriz tecnológica dominante iniciar processos de transição para uma
agricultura saudável, livre de venenos tornou-se imperativo.
Poluição ambiental, erosão dos
solos, transporte de sedimentos, fertilizantes químicos e uso de agrotóxicos
contaminaram as águas, o ar e o solo. Transformando o planeta e criando sérios problemas a humanidade, flora
e fauna. Enquanto muitos pesquisadores se dedicaram a estudar formas de
amenizar tais impactos, utilizando a mesma matriz tecnológica outros voltaram-se
para a natureza e observando as florestas perceberam e vislumbraram respostas. Encontrando na biodiversidade dos solos a
riqueza refletida na biodiversidade da flora e fauna. Microrganismos são
responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, pela fixação de N,
eliminação e metabolização de resíduos de metais e agrotóxicos, ciclo dos
nutrientes, produção bioativa de enzimas, hormônios, vitaminas, um complexo
emaranhado de reações físico químicas, que permitem a Vida nos solos. Os
microrganismos estimulados pelas secreções radiculares mobilizam nutrientes.
A
concepção do desenho é um aspecto relevante no desenvolvimento de novas
tecnologias que vislumbram os benefícios dos Microrganismos Nativos,
considerando a procura de modelos de agricultura saudável e sustentável. A
adoção de uma metodologia, que aos olhos da matriz tecnológica petroleira, é
muito simples necessita de uma postura filosófica para sua implantação. Tem
como eixo estrutural o respeito à vida, uma postura holística e neste contexto
a riqueza microbiológica é a responsável, conjuntamente com os demais aspectos,
da regeneração dos sistemas degradados e
de uma agricultura saudável.
A
agricultura é uma atividade cultural que como atividade humana caracteriza-se
pela intervenção no ecossistema com o objetivo de produção de alimentos. E
desta forma, o agricultor busca integrar concepções agroecológicas e
produtividade. Os microrganismos nativos capturados nas propriedades e
multiplicados auxiliam na regeneração dos solos erodidos pelo uso
indiscriminado de fertilizantes químicos, agrotóxicos e técnicas de preparo dos
solos que antes de incrementar a vida esterilizam e causam grandes danos a vida
do solo. A
resistência a concepção da eficiência dos microrganismos nativos vem
sedimentada nas crenças difundidas sobre malefícios provenientes da
proliferação de fungos, bactérias, actinomicetos entre outros que são vistos
como potenciais patógenos. Toda
a vida no planeta sempre esteve ligada a atividade microbiológica como ressalta Lynn Margulis,,estas minúsculas unidades de vida gerando vida, transformando e
transmutando elementos construindo a estrutura do solo, para alberga flora e a
fauna....segue
REMINERALIZAÇÃO e BIOFERTILIDADE
Como ocorrem estes processos?
Assegurar a vida e a fertilidade dos solos é o desafio do manejo
orgânico. Incrementar os processos biológicos que permitam a reciclagem contínua
dos nutrientes, no lugar de introduzir fórmulas solúveis, a partir de recursos disponíveis
na propriedade, remineralizamos os
solos com Pó de Rocha misturada a diferentes tipos de biomassa. O pó de rocha dinamiza
a atividade biológica e acelera os processos. A liberação dos nutrientes
realiza-se a partir dos ácidos orgânicos produzidos pelas plantas e pelos
microrganismos, logo um processo que ocorre na presença de microrganismos.
Pó de rocha não é um insumo a ser
substituído, apresenta baixa solubilidade e necessita da presença dos microrganismos
para ser disponibilizado. Favorecer a liberação dos nutrientes nos ciclos biogeoquímicos
utiliza-se a elaboração dos compostos tipo “bocashi” que é uma mistura de
esterco de vaca fresco, biomassa disponível no lugar, pó de rocha, melaço, partes
de terra. A medida que ocorrem os estágios da fermentação, ácidos orgânicos são
liberados agindo e disponibilizando os nutrientes e construindo a biofertilidade dos solos. Assistam elaboração do Bocashi
Melhorar a estrutura dos solos,
com a adição de compostos orgânicos, melhora o enraizamento, as plantas acessam
aos nutrientes e água e atingem camadas mais profundas do solo. O solo é vivo! A vida
sobre o solo é reflexo da vida do solo! Portanto melhorarmos as atividades biológicas
do solo com o acréscimo de matéria orgânica e minerais ( pó de rocha) mais microrganismos estaremos regenerando as áreas
degradadas e erodidas por práticas desrespeitosas de profissionais expeditos que
adotam a agricultura do insumos químicos e agrotóxicos em detrimento da saúde da
vida dos agricultores e dos alimentos.
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